sábado, 22 de setembro de 2012

Os efeitos sociopolíticos do coronelismo no Brasil e na Bahia.



Coronelismo é um brasileirismo usado para definir a complexa estrutura de poder que tem início no plano municipal, exercido com hipertrofia privada (a figura do coronel) sobre o poder público (o Estado), e tendo como caracteres secundários o mandonismo, o filhotismo (ou apadrinhamento), a fraude eleitoral e a desorganização dos serviços públicos - e abrange todo o sistema político do país, durante a República Velha. 
O coronel conseguia o voto do eleitor de duas formas: por meio da violência: caso o eleitor o traísse, votando em outro candidato, podia perder o emprego ou ser surrado pelos capangas do coronel; pela troca de favores: o coronel oferecia a seus dependentes favores, como uma sacola de alimentos, remédios, segurança, vaga no hospital, dinheiro emprestado, emprego etc.
As raízes do Coronelismo provêm da tradição patriarcal brasileira e do arcaísmo da estrutura agropecuária no interior remoto do Brasil.
Quando foi criada a Guarda Nacional em 1831 pelo governo imperial, as milícias e ordenanças foram extintas e substituídas pela nova corporação. A Guarda Nacional passou a defender a integridade do império e a Constituição.
Como os quadros da corporação eram nomeados pelo governo central ou pelos presidentes de província, iniciou-se um longo processo de tráfico de influências e corrupção política. Como o Brasil se baseava estruturalmente em oligarquias, esses líderes, ou seja, os grandes latifundiários e oligarcas começaram a financiar campanhas políticas de seus afilhados, e ao mesmo tempo ganhar o poder de comandar a Guarda Nacional.
Devido a esta estrutura, a patente de coronel da Guarda Nacional, passou a ser equivalente a um título nobiliárquico, concedida de preferência aos grandes proprietários de terras. Desta forma conseguiram adquirir autoridade para impor a ordem sobre o povo e os escravos.
Devido ao seu território continental, portanto à falta de mecanismos de vigilância direta dos coronéis pelo poder central, e pela população pobre e ignorante, o Brasil passou a ser refém dos coronéis. O sistema criado pelo coronelismo passou a favorecer os grandes proprietários que iniciaram a invasão, a tomada de terras pela força e a expulsão do pequeno produtor rural, que passou a se transformar numa figura servil em nome dos novos senhores. 
Começaram então a surgir as relações de compadrio, onde os elementos considerados inferiores e dependentes submetiam-se ao senhor da terra pela proteção e persuasão. Se por um acaso houvesse alguma resistência de alguma parcela dos apadrinhados, estes eram expulsos da fazenda, perseguidos e assassinados impunemente. Muitas vezes juntamente com toda a sua família para servir de exemplo aos outros afilhados.
Com o desenvolvimento da cultura do cacau na região Sul da Bahia, deu-se início a um progresso advindo dessas lavouras, que acabaram por formar uma nova burguesia baiana, que em um curto período de tempo acumulou grandes fortunas. Para Freitas (1979) a medida que ocorria uma ampliação das lavouras cacaueiras ocorria um jogo de múltiplos interesses permitindo que apenas essa nova elite detivesse os lucros provenientes da lavoura cacaueira. A partir da formação dessa nova burguesia surge o fenômeno do coronelismo, tendo na figura do coronel o status baseado no prestigio pessoal e familiar.
Contudo, como destaca Falcón (1995) o coronelismo que se estabeleceu no Sul da Bahia acabou por ter uma necessidade de afirmação, sendo que o poder da região não estava centrado nas mãos de um único coronel, mas sim numa pluralidade de poder. Por este fato, ocorriam diversas disputas políticas pelo controle político da região.
 As bases do poder do coronelismo são:
a) A terra. Num país de dimensões agrárias tão vastas, a riqueza dos indivíduos era medida pela extensão da propriedade. Logo era fundamental para a afirmação e continuidade do poder do coronel ele possuir significativas extensões de terra.
b) A família, ou a parentela, como prefere Maria Isaura Pereira de Queiroz, permitia ao coronel por meio de casamentos arranjados ampliar o seu domínio, colocando gente do seu sangue e da sua confiança em todo os escalões do poder municipal e estadual.
c) Os agregados. A imensa quantidade de parentes distantes, compadres, afilhados e demais protegidos do coronel, que ajudavam a estender o poder dele para fora da família núcleo (a gente do seu próprio sangue), permitindo que sua autoridade se espalhasse para regiões bem mais distantes do que a do seu feudo.
  Assim, o movimento denominado coronelismo marcou a construção da história brasileira. Durante este período, os coronéis obrigavam o povo a votar em seus candidatos e a submeterem-se às suas vontades, em troca, o coronel recebia regalias do governo estadual e federal. Quem se opunha às vontades coronelísticas sofria graves retaliações, o coronelismo marca um período em que as diferenças eram resolvidas à bala, onde o povo tinha suas vozes silenciadas, sendo obrigados a submeteram-se a um governo local totalmente autoritário e intolerante.

As pessoas sofriam graves problemas, como a pobreza, vivendo até em situações miseráveis, mas nada disso interessava aos coronéis, o interesse era focado apenas em seu próprio benefício. O coronel obrigava as pessoas a votarem em seus candidatos em troca de benefícios como, remédios, etc. Era muito comum nesta época também as fraudes eleitorais por parte dos grandes latifundiários (coronéis), onde os votos eram alterados, urnas eram roubadas, mantendo assim o ciclo de poder do coronel atuante em cada área.
Atualmente presenciamos por todo o país lideranças que muito se assemelham ao coronelismo, onde quem se opõe ao seu governo sofre variadas retaliações, onde a troca de favores é o que determina o voto, governos totalmente autoritários.
O Coronelismo (Gerson Guimarães)

Na República das Oligarquias
Na política do café com leite
Entre são Paulo e Minas o poder se dividia
E o resto que aceite

E o coronelismo então foi 
Tratando o homem feito boi
Era o voto de cabresto
Meu candidato é meu coronel quem diz
Meu padrinho, meu juiz
Meu delegado, meu prefeito

E o convênio de Taubaté
Valorizava o café, era bom pros produtores
Quem era contra não podia fazer a crítica 
Mantendo-se a política dos governadores

Cangaço e canudos reação nordestina
Facão na cintura e a fé pra se crer
Revolta da Chibata e Revolta da Vacina
O povo encontra um jeito de se defender

Componentes: Elder, Irla Carolina, Kananda, Ludimila, Maylane, Moisés, Monalisa, Nágila Joela. 3º A.